INTRODUÇÃO
  ATRASO MENSTRUAL = GRAVIDEZ 
                                                      Atrasou a  menstruação e é normal que qualquer mulher com atividade sexual ligue  imediatamente este fato à gravidez. Afinal, desde pequena a mulher  antecipa o seu momento especial e mágico. Meses e anos antes de  engravidar, ela já se emociona com a possibilidade de ter um bebê! 
                    Por outro  lado, a gravidez é um momento de mudanças profundas. A mulher precisa de  mais proteção e seu equilíbrio se alteram. Que dúvidas devem ser  esclarecidas? Quando procurar um médico? O que é grave? O que é simples? 
                    Sabemos  que cada mulher é um universo e que ela deve ser respeitada em todas as  fases de sua vida. Na gestação, de maneira especial, ela deve ser  assistida globalmente, avaliada do ponto de vista físico e mental. Nesta apostila  pretendo tirar um pouco de suas dúvidas, é claro que não vai substituir  o meu pré-natal, porém é uma visão geral desse lindo processo da vida. Costumo  dizer que o pré-natal é diário, pois a gestante tem que estar segura  que poderá contar com o seu medico a qualquer momento, sempre que uma  emergência acontecer. Se durante o dia,  poderá passar no  consultório  que será atendida, e se for durante a noite,   poderá  lhe telefonar ou procurar um pronto  –socorro onde o medico plantonista, a examinara e dara as orientações  necessárias, ou então entrara em contacto com o seu medico para seguir  as instruções dele. 
 
     DURAÇÃO DA  GRAVIDEZ
                                                   
                                        A gravidez dura 40  semanas ou nove meses. O termo “semanas”é mais usado no meio científico e  médico, mas tende a se tornar mais popular porque sua compreensão é  fácil e as contas dão certo no final! 
      Veja como calcular a  duração da gravidez:        
            1) Contagem por  meses 
                    Ao dia da  última menstruação, somam-se sete dias e, a seguir, mais nove meses. 
                   Data da última menstruação + 7 dias + 9 meses =  data do parto 
                    2)  Contagem por semanas 
                    Ao dia da  última menstruação, somam-se sete dias para se chegar à primeira semana.  Daí em diante, contam-se as semanas até 40. 
                    Data da última menstruação + 7  dias                  = primeira semana                           
 primeira semana + 39 semanas = data do parto 
              Considera-se  um bebê nascido a termo a partir de 37 semanas de gestação. 
             Considera-se prematuro ate 36  semanas, e o ideal é que o parto aconteça entre 38 e 40 semanas.  Há ainda mulheres cuja gestação ultrapassa o  período de nascimento provável - o chamado pós-datismo. Antigamente se  aguardava até duas semanas; hoje a espera vai até o décimo dia após a  data prevista pelo médico. Neste caso, o pré-natal deve ser mais  controlado. Chegado o limite dos dez dias, tem-se a conduta de  interromper a gestação: muitas vezes com a indução do parto ou através  de cesariana.                     
 No caso de mulheres que não sabem ao certo  a data da última menstruação, faz-se o cálculo pela ultra-sonografia,  que no inicio da gestação (primeiro trimestre ) tem margem de erro de  três dias. Já no último trimestre, a margem de erro da ultra-sonografia é  de três semanas para mais ou para menos. Sem dúvida, este exame foi um  grande avanço da obstetrícia moderna, mas não se deve esquecer da  clínica e da observação. 
 
                     PRÉ-NATAL                                                     
                   
                                   O  acompanhamento pré-natal é importantíssimo para garantir a saúde da  gestante e do bebê. Na gravidez, durante o pré-natal, a mulher deve ir  ao médico, uma vez por mês, até a 36 semanas. A partir de então, deve  ser feita uma consulta semanal até o parto.Isto em se tratando de uma  gestação, sem risco, pois, se aparecer alguma intercorrência as  consultas serão mais freqüentes.
                                  Durante  o pré-natal são indicando os seguintes exames de rotina:  -  hemograma completo para se constatar a presença ou não de anemia; -  tipagem de fator Rh e do tipo sanguíneo e, se a mulher for Rh negativo,  tipagem do parceiro; - glicemia de jejum; -  urina tipo I + sedimento quantitativo; - reações  sorológicas para rubéola, sífilis e toxoplasmose; hiv.-sorologia  hepatite A,B,C.-protoparasitologico [não obrigatório]                
                                           
 
                                      EXAMES E  ROTINA                                                        
  1) Anemia                    
                       Na gravidez,  há uma maior retenção de liquido pela mulher, o que leva a uma maior  diluição do sangue, acarretando uma anemia fisiológica [normal] em  praticamente todas as mulheres. Alem disso pode haver uma certa  dificuldade de absorção de ferro pela  mucosa intestinal  levando a uma anemia propriamente dita. Por isso é recomendável a  suplementação de sulfato ferroso na gravidez. 
                              A anemia adquirida antes ou durante a gravidez não significa que  o bebê também esteja anêmico.        O importante então é cuidar da mãe. É fundamental um bom  acompanhamento médico durante toda a gestação.
                         Recentemente, preconizou-se o uso de acido fólico no período  pré-gestacional e a sua manutenção ate o terceiro mês de gestação, pois  trabalhos recentes comprovam haver uma redução na incidência de  alterações do sistema nervoso central do feto. 
                    2) Exame Rh negativo                     
                    Com os  cuidados adequados do pré-natal e o uso da “vacina“ após o parto, o  fator Rh negativo não traz riscos à gravidez. A mulher com Rh negativo  pode passar por duas situações: 
                    Mulher Rh  negativo não-sensibilizada 
 Se não ocorreu a sensibilização numa gravidez anterior,  num abortamento ou numa transfusão sanguínea inadequada, não há perigo,  desde que a gestante seja acompanhada, na gestação, com exames  específico periódicos no início da gravidez e, principalmente, do quinto  mês em diante. O exame, chamado Coombs / indireto, deve se manter  negativo e, se houver uma positivação, a conduta obstétrica precisa ser  alterada, podendo até levar à interrupção da gravidez.
                                 É muito difícil ocorrer a sensibilização durante a gestação,  mas, na hora do nascimento, a mãe entra em contato com o sangue do bebê  e, se este for Rh positivo, ela cria anticorpos. Neste caso, a mãe deve  tomar uma “vacina”até 72 hora após o parto, para impedir a formação  desses anticorpos e evitar problemas numa próxima gravidez.              
       Mulher Rh negativo  sensibilizado        
         Se a mulher tiver o Coombs positivo, seu pré-natal deve  ser acompanhado pelo médico e por uma equipe especializada. Os exames  periódicos, neste caso, são mais sofisticados e avaliam o bem-estar  fetal, podendo ou não haver indicação de uma transfusão intra-uterina -  com o intuito de salvar o bebê - ou uma transfusão sanguínea no bebê no  pós-parto. Se a  mulher é Rh negativo e o seu companheiro Rh negativo,não há motivo para  alarme, pois nunca haverá sensibilização, e o bebê será sempre Rh  negativo. Concluindo,  Só devemos tomar cuidado quando a mulher é Rh negativo e o marido  positivo. Assim se o RN for positivo haverá a administração da vacina  após parto e ela poderá ter quantos filhos  desejar. 
                    3) Diabetes                   
                    A diabetes pode ser  perfeitamente controlada durante o pré-natal. Esse tipo de controle deve  ser feito no início da gravidez e é uma rotina do pré-operatório de  qualquer cirurgia, dado o grande número de pessoas portadoras de  alterações glicêmicas sem sintomas. A gravidez é um estado que favorece a  diabetes em razão das alterações hormonais e orgânicas próprias desse  período. Essa tendência se acentua a partir do sétimo mês de gravidez,  quando deve ser feito novo controle. Nunca é demais lembrar que a mulher que já  inicia a gestação com os níveis de glicemia alterados precisa de  cuidados especiais e de uma dieta restritiva. Também merecem atenção  redobrada gestante cujo histórico familiar apresente a diabetes, bem  como as que tiveram filhos com mais de quatro quilos ou que tenham tido  aumento excessivo de peso em outras gestações. 
                 4)Infecção Urinária                
 Existem medicamentos para infecção urinária que podem ser  perfeitamente ministrados durante a gravidez. O exame de urina tipo I e o  de sedimento quantitativo indica se há suspeita ou infecção urinária  propriamente dita, a qual deverá ser confirmada pela cultura de urina  com antibiograma. Esse exame pode ainda detectar corrimentos ou  alterações de glicose. Nos casos de confirmação de corrimento, o  tratamento deve ser local - raramente por via oral, - o que dará mais  conforto à mulher e evitará o aparecimento de infecções urinárias.                    
 As infecções urinárias na gravidez  aparecem com seus sintomas clássicos: dor e ardor ao urinar. Porém,  outras vezes, não causam nenhum mal-estar e apenas são detectadas pelo  exame de urina. O tratamento é necessário, pois as infecções urinárias  podem provocar contrações uterinas, abortamentos e trabalhos de parto  prematuros. A medicação se dará de acordo com o antibiograma, pois  alguns antibióticos podem ser ministrados na gravidez com alguma  segurança. Os derivado da penicilina, cefalosporina e outros  quimioterápicos podem ser ingeridos sem risco para o embrião. 
                    5) Rubéola                    
 O exame sorológico de rubéola é muito importante para  identificar se a mãe tem anticorpos para a doença, pois muitas vezes ela  não teve, desconhece ou possui uma imunidade natural. 
                    É muito  perigoso uma gestante contrair rubéola, sobretudo nos três primeiros  meses da gravidez, porque o vírus atravessa a placenta, podendo causar  danos irreversíveis ao embrião. Agora, se ela tiver anticorpos, não há  problema algum.  Se ficar constatado que a mulher não tem  anticorpos, deve-se proceder à vacinação. Mas, como a vacina é de vírus  inativo, ela só poderá engravidar três meses depois. 
                    Atenção! A  vacina é totalmente contra-indicada na gravidez. 
                    6) Sorológico de sífilis                    
                    O  tratamento da sífilis é feito basicamente com penicilina, que não  prejudica o desenvolvimento do feto. A sífilis pode  causar abortamentos a partir da 16º semana, quando há contaminação do  feto. Caso a doença seja detectada no começo da gravidez - antes da 16º  semana - , ela pode ser tratada com bastante segurança, pois os  medicamentos são à base de penicilina. Mesmo que a sífilis seja  diagnosticada depois da 16º semana, a mãe e o feto devem ser tratados,  caso contrário, haverá risco de abortamento ou lesão para ele. 
                    7) Toxoplasmose                     
                      A toxoplasmose é uma doença  transmitida por gatos, por material contaminado com fezes de gatos, ou  ingestão de carne crua de animal com toxoplasmose. 
                    Se a  mulher já tiver anticorpos, não há nenhum perigo. No entanto, se a  grávida estiver na fase aguda da toxoplasmose, ela deve ser tratada  antibióticos específicos, até o final da gravidez, para evitar que  ocorram danos ao embrião. Em casos mais graves e agudos, os riscos devem  ser avaliados por uma equipe de obstetras e infectologistas. 
                         A  toxoplasmose apresenta sintomas clínicos discretos e inespecificos,  [semelhante a uma virose], mas que com um pré-natal adequado, poderá ser  diagnosticada na fase aguda e tratada . Ou seja, se o  exame da toxoplasmose apresentar  IGG + [significa infecção  antiga – sem problemas] , mas se apresentar  IGM +  [significa infecção recente] quando então realizaremos um outro exame  chamado TESTE DA AVIDEZ DO IGG, para verificarmos o quanto essa infecção  é recente : se ocorreu antes da gravidez [não acarreta problema ao  feto] , ou se provavelmente ocorreu durante a gravidez [possibilidade de  afetar o feto]                                                                                                                                                                                              
 
                         Exame Papanicolaou   ou  colpocitologia oncótica -
 Exame Papanicolaou   ou  colpocitologia oncótica - 
                          é um exame de  rotina muito importante no pré-natal, principalmente se a mulher tiver  feito este controle para a prevenção do câncer de colo de útero há mais  de um ano.  O Papanicolaou pode ser feito na gravidez sem  problemas, só que com mais cuidado devido à maior fragilidade do colo do  útero que pode sangrar.
                 
                        9)    SOROLOGIA PARA HIV                                           
                    A  sorologia para a AIDS é uma rotina, pois uma gestante portadora do HIV,  devera ser acompanhada e tratada por um infectologista, e usar o  coquetel anti AIDS, que é distribuído gratuitamente nos postos de saúde.  A gestante portadora de HIV, que faça o uso do coquetel, devera ter um  pré-natal normal, e as chances de o RN vir a ser um portador do HIV, são  mínimas. Apenas ela não poderá amamentar, pois e vírus poderá ser  transmitido pelo leite materno.                           
 
                           10 ] SOROLOGIA DE HEPATITE 
                     Existem  vários tipos de hepatites virais, A,B,C, sendo as importantes na  gravidez são a B e C, pois podem se cronificar, e haver transmissão  materno-fetal. É  recomendável a vacinação contra hepatite B, em todas as futuras  gestantes.      
 
 
 
             ORIENTAÇÕES GERAIS                                     
                    
                                1) Dieta                      
                 A gestante deve ter  consciência de que está numa fase propícia a obesidade e que a dieta  passa a ser fundamental. Não é saudável engordar na gravidez, sem contar  que é muito mais difícil emagrecer quando se engorda nesse período do  que fora dele.  É  verdade que toda gestante precisa comer bem, mas isso não significa  engordar. Ela deve ingerir alimentos à base de proteínas, frutas, e  vegetais; deve evitar os alimentos gordurosos e os que tenham muitos  carboidratos.                  
                            O  conceito mais moderno é de que nos três primeiros meses a mulher não  ganhe peso. Nos outros três, que ganhe uma média de 1 kg por mês. Nos últimos  três meses, que ganhe de 1  a 1,5  Kg por mês. Isto é, de 7  a 10 Kg  durante todo o processo de gravidez. 
                    São  totalmente proibidos medicamentos inibidores de apetite, não só durante a  gravidez, mas também na amamentação. O controle de peso na amamentação  deve ser feito também através de dieta alimentar. 
                    O adoçantes  artificiais, como sacarina ou aspartame, nao sao contra-indicados na  gravidez, e o seu uso é permitido, com moderação.
                   2) Sol                  
                    Durante a gravidez é  produzido um hormônio chamado melanotrópico. Ocorre que esse hormônio  espalha as suas ações pelo organismo da gestante, escurecendo seus  mamilos, genitais, face, pescoço, virilha, axilas, principalmente em  mulheres de tez morena. 
                    Na face,  porém, as manchas escuras podem permanecer. Por isso, orienta-se que a  mulher não exponha seu rosto ao sol e que use filtro solar de alta  proteção durante toda a gravidez. Assim, evita-se o aparecimento de  manchas (“cloasmas gravídicos”), ou ainda máscaras gravídicas, que, uma  vez surgidas, dificilmente desaparecem. As manchas no rosto são em tudo  semelhantes àquelas que ocorrem quando se toma pílula anticoncepcional. 
                             Lembramos que o  sol no restante do corpo é totalmente inócuo. Mas devem ser levados em  conta os conceitos modernos de proteção à pele, para que sejam evitadas  lesões pré-cancerígenas e escolhido os horários adequados de exposição. O  prazer ligado ao sol pode ser preservado, tomando-se os cuidados de  proteção. 
                                                                                                                                          
                                  3) Exercícios físicos                      
                      Ainda que não seja caso de parto  normal, as mudanças de peso e de posicionamento da coluna, por si,  justificam a prática de exercícios físicos durante a gravidez. Além do  que, eles são uma atividade saudável. A ginástica de gestante propriamente dita  deve ser praticada a partir do terceiro mês, até porque dificilmente as  academias aceitam matrículas de grávidas no primeiro trimestre.  Depois do terceiro mês, a grávida deve fazer  exercícios para fortalecer a musculatura das coxas, do períneo, do  tórax, favorecendo a respiração no parto normal. A gravidez é um estado  especial, não uma doença, no entanto, é melhor que alguns esportes mais  “violentos”não sejam praticados. Poucas mulheres, jogadoras de vôlei ou  basquete, podem continuar suas atividades na gravidez: algumas jogam até  o fim, outras não.               
                                    Há  um consenso de que a natação e hidroginastica são os melhores esportes  para a grávida. Deveriam ser praticados desde o início da gravidez, pois  melhoram a postura beneficiando a coluna e a mama. 
                                  A atividade física é um grande auxiliar na manutenção do  bem-estar da mulher durante a gravidez e no desempenho na hora do parto,  particularmente no período de expulsão. Ainda que tenha certeza de sua  cesariana, a adaptação do corpo e da coluna é, sem dúvida, melhor quando  a gestante faz exercícios. No entanto, ela deve saber que, mesmo que  não os pratique, poderá ter um parto normal. 
                    
                                 4) Relacionamento  sexual                     
                    Durante a  gravidez, a mulher passa por uma série de mudanças corporais importantes  que evidentemente são percebidas no relacionamento sexual, uma vez que o  corpo é expressão constante da nossa sexualidade. 
                    A vagina  normalmente se alonga durante o ato sexual, propiciando um melhor  encaixe do pênis. O fundo da vagina, logo nos primeiros meses de  gravidez, é preenchido, fazendo com que em algumas posições, antes  prazerosas. o pênis toque mais fundo do útero, causando desconforto à  gestante. Atentando  a essas pequenas mudanças na mulher, o casal pode se relacionar  normalmente durante a gravidez. Apenas se proíbem as relações sexuais  nos primeiros meses de gestação quando existe história de abortamento  anterior, sangramento, placenta baixa, risco de prematuridade,  reatividade uterina, tratamento de infecções vaginais ou urinárias.  Afora esses casos, o relacionamento pode ser mantido até o oitavo mês ou  36º semana.  A  partir de então, as relações sexuais são proibidas porque podem ocorrer  dilatações do colo do útero devido à liberação da ocitocina - hormônio  que faz o útero contrair - durante o orgasmo da mulher e também porque,  durante a ejaculação, há a liberação de prostaglandina, um potente  contrator do útero.  
                          Ao  se perguntar a uma grávida de cinco ou seis meses se ela sente dor  durante a relação sexual, é bastante comum ouvir que há tempos o casal  não mantém relações. E eles estão ali, felizes, carinhosos. Há casais  que, por complicações da gestação, como ameaça de aborto ou parto  prematuro, têm pouquíssimas relações sexuais, ou quase nenhuma, e nem  por isso têm seus casamentos desestruturados. Há ainda homens que  desenvolvem certas fantasias da infância ou da adolescência, em que a  relação adquire um caráter incestuoso: pensam estar se relacionando com a  mãe de seu filho, ou temem que a penetração machuque o bebê, ou temem o  útero que aumenta. Para eles, a mulher grávida deixa de ser objeto de  desejo por assumir a maternidade. Tudo isso pode gerar a inibição da  sexualidade masculina. 
                           Quanto à mulher, como é seu próprio corpo que se modifica, ela se adapta  com mais naturalidade às novas circunstâncias. O diálogo é fundamental para que a mudança  do relacionamento sexual não seja entendida como diminuição da atração e  do amor entre ambos, pois há casos em que a mulher se sente tão  plenamente realizada com a gravidez que não permite que o homem penetre  no seu mundo, afastando-o. Daí a necessidade da conversa, da troca de  experiências: é importante que a mulher permita ao homem ser pai, ser o  seu companheiro. Esse  relacionamento sexual diferenciado continua ainda durante a  amamentação. Nesta fase o peito deixa de ter um caráter eminentemente  erótico e passa a ser visto também como uma mamadeira tanto pelo homem  como pela mulher. Muitas vezes um afago provoca  a saída do  leite, mesmo o orgasmo, com a liberação da ocitocina, estimula a saída  de leite, e isso pode inibir o casal.   Mas, quando a sexualidade passa a ser um  problema durante a gestação ou amamentação deve haver muito diálogo e  respeito entre os dois, e essa ansiedade deve ser dividida com um  profissional, que na maioria das vezes é o pré-natalista, Atualmente há  psicólogos especializados em gestante que podem ser solicitados sempre  que necessário. 
                    5) Cigarro                 
                    O ideal é  que a gestante não fume.    É de domínio público que o cigarro contém um potente  vasoconstritor, a nicotina: uma substância que diminui o volume dos  vasos. Como toda a alimentação do bebê passa pelo cordão umbilical -  composto de duas artérias e uma veia - , se esses vasos fecharem  completamente, a criança morre. Se os vasos tiverem seu calibre  diminuído, há menos sangue, menos oxigênio e menos alimento para o bebê.  
                              Outro fator  importante é que a nicotina, por ser um vasoconstritor, irrita a parede  uterina, aumentando as contrações, o que efetivamente eleva o risco de  trabalho de parto prematuro em grávidas fumantes.  
                       O  cigarro interfere na gravidez? 
                    Não em 100% dos casos. Nas grávidas fumantes, há um maior  incidência de criança com baixo peso, os chamados PIG ( pequenos para  Idade Gestacional ). São crianças que nascem na época ( não prematuras )  e têm pouco peso. É claro que não são somente as fumantes que têm  filhos de baixo peso; há mulheres que não fumam e têm bebês pequenos:  assim como há fumantes que têm bebês de bom peso. Há, no entanto,  estudos comparativos extremamente sérios que constatam uma maior  incidência de PIGs em grávidas fumantes.   Às fumantes inveteradas se recomenda uma  diminuição para oito ou dez cigarros, no máximo, por dia. Esse fator de  diminuição temporária que deve ocorrer, basicamente a partir do quarto  mês. É muito comum, nos primeiros meses de gravidez, a mãe, motivada  pelo diagnóstico, pela alegria e pelos enjôos - diminuir o cigarro e  depois voltara a fumar. Repetimos que no primeiro trimestre essa dieta  não é fundamental e, sim. do quarto mês em diante, fase em que os  fatores que interferem no peso da criança passam a atuar. Não adianta  parar de fumar no começo e depois voltar a fumar no meio da gravidez.  Nas  consultas através da medição da altura do útero, e exame  ultra-sonografico, verificamos entre outras coisas, o desenvolvimento ou  não do bebê. Ele deve crescer em média 4 cm ao mês, ou seja, no quinto mês a  altura uterina deve ser de 20  cm; e assim por diante.  A grávida fumante cujo bebê esteja com um  desenvolvimento , digamos, atrasado - isso não quer dizer que o bebê  seja retardado mental, apenas que o bebê está mais magro - deve ser  submetida a um exame chamado monitoragem fetal, em que se avaliam as  condições de bem-estar da criança.  Se a monitoragem fetal indicar algum  problema grave, há casos em que se deve indicar a interrupção da  gravidez mediante indução, se houver condições favoráveis, ou, quando  não, indica-se a cesariana..Tudo isso pode ser diagnosticado, prevenido ou controlado  no pré-natal, através de medicamentos que inibam as contrações e se a  grávida deixar de fumar ou diminuir sensivelmente a quantidade de  cigarros.
                               Retomando,  é importante ressaltar que a probabilidade de nascer um bebê de baixo  peso aumenta quando se trata de uma grávida fumante. Por razões  genéticas e biológicas, isso também pode ocorrer com mulheres  não-fumantes. De qualquer forma, o cigarro deve ser evitado ou, pelo  menos, controlado durante a gravidez. 
                    6) Álcool                      
                O alcoolismo é entendido diferentemente  pela população em geral e pela medicina. Segundo os médicos, uma pessoa  que ingere duas doses de uísque ou uma garrafa de cerveja por dia sofre  de alcoolismo.  
              O ideal é que a  gestante não tome bebidas alcoólicas. E, se beber socialmente, deve ser  com moderação e seu estômago não pode estar vazio. Sem contar que na  gravidez o limiar diminui e com pouca bebida a gestante já fica tonta;  ela também deve ter em mente que o álcool passa diretamente pela  placenta. 
              
 
                          7) Exposição à radiação                    
 
                      Em geral a exposição aos raios X não é  recomendada. Na verdade, o importante é definir a dose de radiação  abaixo da qual não haverá riscos maiores ao embrião.
                     É comum a  gestante vir ao consultório, após ter passado num pronto socorro e ter  sido submetida a um exame de Raios-X, com suspeita de cólicas renais,  por ex., e não sabia que estava grávida. Uma exposição isolada aos  Raios-X, não devera trazer nenhum dano ao embrião, pois a dose é  pequena.  
                    
                                  Tratamento Dentário
 Tratamento Dentário                       
                      A gravidez não aumenta a incidência  de cáries nem enfraquece os dentes, mas é importante que se avalie a  gengiva e a formação de tártaro, pois a gravidez amplia a tendência a  gengivites devido à embebição gravídica. Por isso, nessa fase os  cuidados com a higiene bucal são fundamentais: escovação mais adequada,  diminuição de doces e de açúcares.
                             O  tratamento dentário poderá ser feito normalmente na gravidez, usando  preferencialmente anestésicos sem vaso-constrictor . E consulte o seu  medico, sobre o uso de antiinflamatórios e antibióticos que porventura  sejam prescritos pelo seu dentista. 
                        
 
                            GRAVIDEZ DEPOIS DOS 30                                                  
    Durante muito tempo  existiu uma série de mitos em torno de mulheres que engravidam a partir  de certa idade. Depois dos 28 anos, a gestante era considerada  primigesta idosa, constituindo-se um fator de risco para o parto normal,  o que exigia a indicação de cesariana. 
                          Uma  mulher que engravidasse com mais de 35 anos estaria fadada a uma  gravidez de risco.  
                         Atualmente este  conceito também está descartado, a menos que existiam outros riscos  associados ao fator idade: hipertensão, diabetes, problemas  circulatórios, que podem aparecer ao longo da vida da mulher. 
                        A  verdade é que a mulher já nasce com todos os óvulos que ela terá em sua  vida São cerca de 400 mil futuros folículos que vão eliminar um ou mais  óvulos durante sua vida menstrual. Esses óvulos são preservados no  ovário até uma determinada idade. A partir dos 35 anos, e principalmente  a partir dos 40,  a natureza não preserva esses óvulos tão bem como antes, podendo  ocorrer mais alterações cromossômicas, em especial a síndrome do  cromossomo 21,  a síndrome de Down ou mongolismo. 
                     Se a  mulher mais velha decide engravidar, não sofrerá alteração cromossômica,  mas é possível realizar dois tipos de exames que certificam a futura  mãe de que ela está gerando um bebê cromossomicamente normal: 
                    Punção trofoblástica                  
                       Pode ser feita a partir da nona até  12º semana de gestação.                  
                      Consiste  na introdução de uma agulha por via abdominal, acompanhada de  ultra-sonografia, em que são  aspiradas células da placenta para se  fazer a verificação da normalidade cromossômica do   bebê. Através desse  exame pode-se identificar também o sexo do bebê. 
                    Punção amniótica                  
                   Consiste na introdução de uma agulha por  via abdominal, em que se aspira o líquido amniótico, fazendo-se uma  cultura que dará o mesmo tipo de resultado: o sexo e o estudo  cromossômico do bebê. É realizada entre a 14 e a 17 semanas.
                Feito o  diagnóstico genético, a gravidez numa mulher com mais idade segue a  rotina de um pré-natal normal, pois, como vimos, não se considera a  idade um fator de risco isolado. 
                  
 
                           Cólicas               
                    As cólicas na gravidez  devem ser leves e nunca acompanhadas de sangramento. São normais no  início da gestação, desde que sejam fracas. Principalmente na primeira  gravidez, conforme o útero vai se esticando, estirando, ele vai se  embebendo de hormônios, podendo ocorrer uma sensação de cólica leve,  como se fosse “descer”a menstruação.                  
                       Quando  não se dispunha de teste mais precoce, era comum as mulheres, não  sabendo que estavam grávidas, andarem por muito tempo com absorventes,  pois tinham a sensação de que iriam menstruar: as mamas grandes,  enrijecidas, e, no útero, a sensação de cólica.  
                        As  cólicas devem ser leves e, à medida que se aproxima do terceiro mês ( da  12º semana ) de gestação, devem ser cada vez menos freqüentes e nunca  acompanhadas de sangramento. 
                         É  preciso saber a diferença entre contração e cólica. Diferentemente da  cólica, a contração é uma sensação de enrijecimento, de endurecimento,  de constrição. Já a cólica é uma sensação dolorosa, em geral na região  do púbis, podendo ou não se irradiar para a região lombar.A contração  pode vir sem cólica, e a cólica pode vir sem contração. Caso as cólicas sejam muito freqüentes, a  mulher deve ser orientada no sentido de diminuir as atividades mais  agressivas, fazer repouso e, em alguns casos, deve tomar medicamentos.  Lembre-se de que a possibilidade de uma infecção urinária assintomática  pode ser diagnosticada por um exame de urina.                   
 
               
                       Hemorragia genital                
                    Uma das  coisas que mais assusta a mulher grávida é o sangramento. E é natural  que ela pense que não deve mais sangrar até o parto. O sangramento  não significa necessariamente risco de aborto, mas também pode ser um  dos primeiros sinais de que a gravidez não vai bem. 
                  Infelizmente de cada dez  gestações, uma acaba em  abortamento. Nestes casos são abortos de origem ovular, ou seja, um ovo  que não está bem geneticamente, que o organismo rejeita e elimina sob a  forma de aborto, não adiantando repouso, medicamentos ou cuidados  médicos, pois a força de eliminação é muito maior.
                   Vamos  explicar o sangramento vaginal de acordo com os trimestres da gravidez:No primeiro trimestre da gravidez - O sangramento vaginal  no início da gravidez pode significar uma ameaça de aborto ele pode ser  acompanhado ou não de cólicas. Neste caso, deve-se fazer uma  ultra-sonografia para verificar o bem-estar fetal e para que seja  afastada a hipótese de ameaça de aborto e de um embrião com problemas, o  chamado ovo cego. Também deve ser afastada a hipótese de uma gravidez  fora do útero, a gravidez tubária, e ainda a possibilidade de um  sangramento do colo do útero, já que a grávida pode ter pequenas feridas  nessa região ou algumas formações no colo do útero - pólipos -, que  podem ser a causa de sangramento.
                               Por outro lado, nas primeiras 16º semanas de gravidez, podem  ocorrer sangramentos perfeitamente normais. Na gestação, o endométrio -  camada interna do útero que descama todo mês na menstruação - passa a se  chamar decídua, que é progressivamente recoberta pelo saco gestacional.  Este processo se completa na 16º semana, e até este momento podem  ocorrer descamações e sangramentos que não oferecem maiores perigos à  gestante.  
                                   No segundo trimestre da gravidez - A placenta deve estar  inserida na parede do fundo do útero, na sua porção anterior, posterior e  lateral, mas não no segmento inferior - região localizada entre o colo e  o corpo uterino que se forma durante a gravidez. Quando a placenta está  localizada no segmento inferior, é chamada placenta baixa. Aliás, um  sangramento vaginal pode ser sinal de placenta baixa.
                           Outras vezes, a placenta se localiza na  região do colo do útero, a chamada PLACENTA PREVIA. Esta é a mais  traiçoeira, pois provoca sangramentos imotivados, imprevisíveis,  independentemente de repouso ou de medicamentos.  
                            A conduta em caso de sangramento no segundo trimestre também é  fazer a ultra-sonografia, pois pode se tratar de placenta baixa.  Aconselha-se também o repouso, pois até o final da gravidez a placenta  pode subir. 
                                   No terceiro trimestre da gravidez -O  sangramento vaginal tem gravidade maior nesta fase, porque pode ser o  caso de deslocamento da placenta, com sangramento doloroso, acompanhando  de dor, pontadas e cólicas fortes. Diante de uma hemorragia, deve-se  procurar um médico, fazer repouso, procurar um serviço assistencial e,  quase sempre, os médicos recomendam uma ultra-sonografia.  Mas acalme-se! Lembre-se de que o  sangramento não significa necessariamente o mau sucesso de sua gravidez.  A conduta a ser seguida é avisar o médico o mais rápido possível;  depois, em geral, se faz uma ultra-sonografia. O repouso é sempre  recomendado e muitas vezes o médico ministra um antiespasmódico e um  relaxante muscular.                 
 
 
 ULTRASSONOGRAFIA                  
                    A  ultra-sonografia é um exame totalmente inócuo, que pode ser feito sem  prejuízo nenhum para a criança. É bem diferente dos raios X, pois não  emite radiação. No  início da gestação, a ultra-sonografia elimina a hipótese de gravidez  tubária e confirma a idade gestacional. Da décima à 14º semana pode-se  medir a translucência nucal do feto, verificação do osso nasal e  avaliação do ducto venoso- uma ultra-sonografia mais elaborada,  indicando a possibilidade de Síndrome de Down ou outras alterações  genéticas. 
                       A ULTRASSONOGRAFIA  MORFOLOGICA é realizada entre a 20º e a 25º semanas, para a avaliação  da formação das partes do feto ( crânio e cérebro, coluna, coração,  estômago, rins, diafragma, mãos, braços, pés e pernas).  Com esses dois últimos tipos de exame,  pode-se ficar mais tranqüilo quanto ao bem-estar do bebê. Porém, eles  não substituem o diagnóstico de malformações cromossômicas fornecido  pelo teste do vilo corial ou do líquido amniótico.                
                         Assim  o ultra-som tornou-se um importante exame auxiliar, pois acompanha o  desenvolvimento fetal, a quantidade do liquido amniótico, vitalidade  fetal, maturidade placentária.
                          E atualmente  tem-se também a possibilidade de realização do exame de  DOPPLERFLUXOMETRIA FETAL E ULTRA-SONOGRAFIA TRIDIMENSIONAL [3d] que vem  complementar os exames para termos a certeza que o transcorrer do  pré-natal será tranqüilo ate o nascimento do bebe.                  
 
 
 DORES  OSSEAS                 
                    À medida  que a gravidez vai avançando, a mulher produz uma série de novos  hormônios. Um deles é a relaxina, produzido para relaxar as  articulações, principalmente as envolvidas no parto, ou seja, as dos  ossos da bacia. O  púbis, osso da bacia chamado osso púbico, sofre uma dilatação, como se  os seus ramos ficassem mais abertos, produzindo na mulher a sensação de  ter andado a cavalo, de ter feito exercícios de abertura de pernas muito  intensos. Para algumas mulheres esse processo é extremamente doloroso, e  algumas até confundem essa dor com as contrações uterinas. É preciso  estar atenta.                    
                             Outras dores ósseas comuns são as dos dedos da mão, causadas pelo  acúmulo de água nas articulações (embebição gravídica): há a sensação de  formigamento e não se consegue fechar as mãos. Muitas vezes, para  amenizá-las, são indicados fisioterapia ou medicamentos à base de  vitaminas do complexo B. Os  pés também sofrem processo de embebição e de inchaço nas articulações,  sendo comum a mulher ter de aumentar o número do sapato e sofrer  freqüentes quedas ou entorses nos pés. Para evitar problemas,  recomenda-se o uso de sapatos baixos e confortáveis, elevar as pernas  sempre que possível, usar meias elásticas e diminuir a ingestão de sal  na dieta.                  
                                 As  dores nas costas são bastante comuns em razão da mudança do eixo do  corpo - causada pelo ventre crescido e pelo aumento das mamas. Essas  dores podem ser atenuadas com fisioterapia e orientação sobre como se  posicionar deitada ou sentada, e como se levantar da cama. Há ainda a  dor nas últimas costelas, mais comumente à direita, que muito incomoda a  mãe.  
                          Hidroginástica,  ioga e outros exercícios físicos ajudam muito a diminuir essas dores,  bem como o uso de calor local e massagens. Esses procedimentos são muito  importantes, devendo ser utilizados na medida em que os medicamentos  relaxantes musculares forem contra-indicados ou precisem ser usados com  muita cautela.                 
 
 
   Movimentos fetais                 
                    
                                           No quinto mês de gravidez o bebê apresenta cerca de 200 movimentos por  dia. A movimentação fetal pode ser sentida pela mulher, na primeira  gravidez, com quatro meses e meio (20 semanas).                  
                                        O  bebê se mexe desde a oitava semana de gestação, a mãe não percebe porque  o útero é espesso e o bebê é pequeno, e por isso ele não faz muita  pressão sobre a parede uterina.  No quinto mês (22 semanas), o útero passa  por processo de estiramento e afinamento de suas estruturas e o bebê já  tem cerca de 500  gramas, isso torna mais perceptível a sua movimentação. De uma maneira geral, o bebê mexe a partir  dos quatro meses e meio.
                                    Não se  fundamenta, portanto, a preocupação de algumas grávidas de três meses  com o fato de seus bebês não mexerem.  Depois do quinto mês, o bebê apresenta cerca  de 200 movimentos por dia. Muitos deles não são percebidos pela mãe, ou  porque ela está gorda, com tecido adiposo muito espesso, ou porque tem  muito líquido na bolsa das águas, o que dificulta a percepção. 
                       Do oitavo mês em  diante, o bebê deve se mover pela manhã, à tarde e à noite. Caso os  movimentos não ocorram, não quer dizer necessariamente que o bebê não  esteja bem; deve-se observar se a mãe levou algum susto ou se está  nervosa. Ocorrendo uma diminuição acentuada de movimentos, deve-se fazer  uma monitoragem através da tococardiografia fetal - exame que avalia os  batimentos cardíacos, a movimentação e as contrações -, para se  assegurar das condições do bebê.                      
 
 
 
 
 ESTRIAS
 
 
                                           O aparecimento de estrias é uma predeterminação genética. Mas o  seu aparecimento sera mais intenso se ocorrer um aumento exagerado de  peso. O uso de cremes hidratantes, apesar de nao se ter um consenso  sobre sua real eficacia, sempre é recomendado.
  .                              O aumento da  mama, por exemplo, pode ocorrer independentemente de a gestante  engordar. O fator hormonal pode ser responsável pela duplicação ou  triplicação do tamanho da mama, o que vai favorecer o surgimento de  estrias.
                               Quanto à barriga, preconiza-se a hidratação, o uso de  cremes, uma dieta rica em proteínas e As controle do peso.    
                                     As  estrias tambem sao mais frequentes nas gestantes mais jovens, como as  adolecentes.                                                 
 
 
                                 PARTO  NORMAL E CESARIANA                                                           
 
                                          O ideal é que a assistência ao trabalho de parto seja  acompanhada pelo seu pré-natalista, pois é nele que esta toda a  confiança da gestante.
                                 Um medico de plantão, por melhor que seja, alem de ser um desconhecido  a ela, tem outras pacientes para atender, não podendo dar um  atendimento individualizado.  
                          Não existe o melhor parto. O bom  senso e as condições físicas da mãe e do bebê indicarão qual o melhor  caminho a seguir. O melhor parto é aquele que, findo, a mãe e a criança  ficam bem física e psiquicamente. Não devemos ter uma saída vaginal, mas  um parto vaginal. Devemos ir pelo caminho que a natureza, que o corpo  humano, com toda a sua magia, definiram. Num parto que vai indo bem - o  chamado parto eutócico - todo o organismo mostra uma energia positiva  tão grande que, se nós a seguirmos, culminaremos num parto normal. 
                           Muitas vezes essa condição de normalidade deve ser interrompida  quando há indicadores absolutos de que o bebê não está bem-eliminação de  mecônio; alteração da freqüência cardíaca fetal; bebês muito grandes,  bebês que não rodam no canal do parto; trabalhos de parto e períodos  expulsivos muito prolongados; bebês mal posicionados (por exemplo,  sentados, em apresentação pélvica). O bom senso  mostra que o melhor parto nesses casos não é o parto normal, mas a  cesariana que, se for bem trabalhada, não será traumática para a mulher.  
                           A mulher deve ser preparada para o parto normal durante todo o  pré-natal e, ao mesmo tempo, orientada no sentido de que a maioria dos  casos se define no momento do parto. Não se pode sacrificar a criança  por um capricho da mãe ou do médico. Uma cesariana com uma indicação  precisa, explicada para a mulher, é perfeitamente aceita. O bem maior, o  patrimônio maior, é o filho, que deve nascer.   Por outro lado, a mulher tem o direito de  optar pela cesariana.
                                     É freqüente, por fantasia ou por histórias de cada um, o medo do parto  normal. Medo da dor e medo de lesões nos genitais. Por quê?  Não é comum, mas há fatores constitucionais  da mulher que podem sofrer algumas lesões. Num parto que foi feita a  episiotomia (corte lateral ou mediano da vagina para facilitar a saída  do bebê e para prevenir lesões na mãe) e a posterior episiorrafia  (sutura desse corte), o mais freqüente é a mulher não apresentar  problemas genitais.                    
                                Quanto à dor, hoje há a opção de não senti-la, se a mulher assim  o quiser. Na fase inicial do trabalho de parto, as dores em geral são  pequenas, suportáveis.  
                       Se o trabalho de  parto iniciar-se muito dolorosamente,é sinal de que algo não vai bem,  são os chamados partos distócicos, com distocia funcional, em que as  contrações uterinas são bastante violentas e intensas. Normalmente no início, as dores são leves,  suportáveis e progressivamente mais agudas, tornando-se pouco  confortáveis ou até insuportáveis somente a partir de uma determinada  fase. Aqui, sim, a mulher tem o direito de optar por não sentir dor. Não  se pode proporcionar um parto totalmente sem dor, porque isso não  existe: não se pode ministrar anestésico no início do trabalho de parto,  porque há o risco de interrompê-lo enquanto parto vaginal, de  atrapalhar a evolução das contrações. Amenizam-se as dores andando pelo  quarto, massageando as costas, respirando num determinado ritmo. Se for  opção da mulher, o anestésico é ministrado a partir de 4 a 5 cm de  dilatação, estando o colo uterino fino e pressionado pelo polo cefalico  fetal, ou quando se rompe a bolsa das águas, já que a partir daí se  tornam mais intensas.  
                        Assim  sendo, se pudermos garantir à mulher a inexistência de dor violenta e de  lesões genitais, sem dúvida ela optará pelo parto normal. 
                      Da mesma forma, é um  direito da mulher optar por uma cesariana. O médico deve conversar com  ela sobre as razões que a levaram a ter essa opção, mas seu direito deve  ser respeitado. Se o obstetra se sentir violentado com tal opção, deve  indicar a paciente a outro profissional. Tanto uma como outra atitude  devem ser compreendidas por ambas as partes. 
                   Enfim, parto normal ou  cesarea, vai depender do desejo da mulher,  e das condicoes  materno-fetais.
Assim como nao se deve fazer parto cesarea em todas as gestantes, tambem  nao devemos forçar um parto normal, onde toda a regiao perineal e  bexiga tambem sofrerao a pressao exagerada do parto, e a consequencia  devera ser a presenca de uma distopia de bexiga e utero, ou seja, a  “queda”da bexiga e útero,fazendo com que a mulher tenha que ser   submetida, posteriormente, a cirurgia de perineoplastia.
                    Rompimento da bolsa das águas                 
                                   
                                  A água da  bolsa é clara, como água de coco, e indica proximidade de parto quando o  rompimento for acompanhado de contrações fortes.  
                                 Muitas vezes o rompimento da bolsa das águas é o primeiro sinal de que  está próximo. O líquido sai pela vagina como água, molha as roupas e  pode escorrer pelas pernas, chegando às vezes a molhar o chão. Não é  muco, nem corrimento e nem catarro.                                               
                           Não dá para confundi-lo com urina, pois é uma perda  incontrolável e o odor é diferente e característico. Também não da para  confundi-lo com o tampão mucoso- uma secreção mucosa com aspecto de  catarro como clara de ovo - que tampa o colo do útero e pode ser  expelido no dia do parto ou alguns dias antes podendo vir um pouco de  sangue. A água do rompimento  da bolsa é o líquido amniótico que começa a fluir porque a membrana  amniótica se rompeu. Ela tem de ser clara como água de coco ou meio  esbranquiçada, como água de uma panela em que se ferveu leite e se  deixou de molho. Não deve ser esverdeada, pois isto significa que o bebê  eliminou mecônio dentro da bolsa.  Às vezes a bolsa se rompe de uma vez, outras  vezes, devagar, aos pouquinhos. É muito fácil de se perceber. 
                        Quando a bolsa se  rompe, deve ser feito um toque para que sejam verificadas as condições  do colo do útero. Se forem favoráveis - colo amolecido com alguma  dilatação -, induzindo o parto. A mãe recebe soro com uma substância  (ocitocina) que vai estimular as contrações dolorosas, pois só com elas o  colo do útero será capaz de se dilatar para o parto vaginal.  Quando se induz o parto com a  bolsa rompida, ele deve ocorrer em 12 horas. Acima desse tempo, existe  risco de infecção para a mãe e para o bebê. O parto deve se resolver em  12 horas. 
                           Assim,  em caso de rompimento da bolsa, não é preciso se apavorar, apenas avise  o médico. Muitas vezes a bolsa se rompe em casa, e a mulher entra  naturalmente em trabalho de parto durante o trajeto até o hospital, não  sendo necessária a indução. 
                     
 
                                       HORA  DO PARTO                
                           O rompimento da bolsa das águas é  um primeiro sinal de que o parto está próximo. Duas coisas são  indicativas de que chegou a hora: contrações dolorosas e rompimento da  bolsa das águas. 
                    O útero  contrai-se durante toda a gravidez. São as fibras do músculo uterino que  reagem todas ao mesmo tempo e, como resultado a barriga fica dura. É  fácil perceber, pois há a sensação de endurecimento da barriga.  Essas contrações são muito diferentes das  que ocorrem na hora do parto, pois não são dolorosas nem acompanhadas de  cólicas. Muitas mulheres não sentem nenhuma contração durante toda a  gravidez e têm a primeira exatamente no dia do nascimento do bebê.   
                     Na hora  do parto as contrações passam a ser dolorosas e ritmadas. O quanto dói  não é fundamental, já que o limiar da dor é variável de pessoa para  pessoa. O que importa é o ritmo em que vêm as contrações dolorosas: deve  ser de DUAS A TRAS CONTRAÇÕES A CADA DEZ MINUTOS, contrações de três em  três ou de cinco em cinco minutos, todas acompanhadas de cólicas,  permanecendo assim por uma hora. Em geral, o ritmo começa com um espaço  maior, de meia em meia hora. de quinze em quinze minutos, de dez em dez,  que chamamos de pré-parto, podendo ou não evoluir nesse momento para o  verdadeiro trabalho de parto. Às vezes esse período não existe, e as  contrações começam com intervalo menores que dez minutos.  
                 As vezes ocorrem as  dores do pre - parto, ou seja, contracoes nao ritmicas nem tao  dolorosas, mas que confundem, principalmente se for gestante primigesta.  O uso de analgesicos, vai aliviar as dores do pre parto, mas nao  melhorarão em caso de trabalho de parto.                                                 
                   Concluindo, uma gestante  estará em trabalho de parto quando tiver contrações dolorosas com  intervalo menor que dez minutos, mantidas e regulares por uma hora. 
                   
                    Dilatação             
 Sem dilatação o bebê não nasce de parto vaginal. Ao todo, o  colo uterino tem de dilatar 10 cm, havendo duas fases da dilatação: fase  lenta, de 0  a 6 cm, e  fase rápida de 6  a 10 cm. Na fase lenta, para cada uma hora de  contrações dolorosas, num ritmo de três ou de cinco em cinco minutos, o  colo do útero deverá dilatar 1  cm.Depois de 6  cm de dilatação, pode continuar nesse ritmo ou rapidamente atingir 10 cm -fase rápida. Se a dilatação não evoluir, podemos usar  algum medicamento para ajudar o processo. Se ainda assim não evoluir, a  cesariana é a solução. 
                    Em geral,  com 5 ou 6  cm de dilatação, a bolsa das águas deve ser rompida, para se observar a  cor do líquido amniótico - que deve ser clara. Com isso, acelera-se a  dilatação. Hoje não se admite um trabalho de parto superior a 12 horas. 
                     Descida                 
                    Existem  outros fatores que interferem na hora do nascimento. A descida é nada  mais do que um fator mecânico: um corpo mole - o feto - descendo num  canal rígido - a bacia -, com a tendência de colocar seus maiores  diâmetros nos maiores diâmetros da bacia, por isso a cabeça do feto  flete (o feto encosta o queixo no peito) e roda dentro dela. É como um  pé sendo colocado numa bota de cano alto: tem que ser dada uma certa  angulação para que o pé entre na bota. Só ocorrerá a expulsão depois da dilatação completa (10 cm) e da descida do  bebê no canal do parto. Não basta ocorrer a dilatação completa para se  ter um parto normal.  Alguns  fatores podem dificultar a descida no canal do parto:  - bacia estreita;  - grande perímetro cefálico;  - cabeça não fletida: o bebê tem que entrar  na bacia da mãe com a cabeça totalmente flexionada, pois assim o  diâmetro e a circunferência de sua cabeça ficam menores, facilitando a  descida. Se isso não ocorrer, dizemos que a cabeça está defletida. Nesse  caso, mesmo que a mulher tenha uma boa bacia e que o bebê não seja  grande, não se consegue fazer um parto normal; - rotação inadequada: o bebê tem de rodar  para frente da bacia; se não rodar ou rodar para trás, dificultará o  parto;  -  apresentação da face: em vez de descer com o couro cabeludo para baixo,  desce com a face para baixo (deflexão completa);  - cordão enrolado no pescoço: circular de  cordão. Durante a gravidez, as mães temem que o bebê enrole o cordão  umbilical no pescoço. Este fato,por si, não quer dizer necessariamente  que o parto vaginal seja impossível. Muitos bebês nascem por partos  vaginais fáceis, apesar do cordão enrolado, porque a circular estava  frouxa. Se esta estiver apertada, ou se o cordão for curto,aí,sim, o  parto será difícil e muitas vezes impossível por via vaginal.           
          Expulsão                                 
     A expulsão  caracteriza um momento muito ativo da gestante. Depois de completa a  dilatação e a descida da cabeça do bebê no canal do parto, começará a  fase de expulsão. Neste momento, a mãe deverá ser levada para a sala de  parto e colocada em posição ginecológica. O parto já estará praticamente  definido como vaginal.   Na expulsão, para ajudar o bebê a nascer, a mãe deve fazer força  para baixo, como se quisesse evacuar. 
                   É  fundamental que a mãe entenda que esta fase é muito ativa para ela e que  ela ajuda a expulsão fazendo força. O anestesista e o obstetra também  vão trabalhar no sentido de tornar a expulsão a mais rápida possível.   Neste momento do parto é feita a  episiotomia - incisão que aumenta a abertura da entrada vaginal - para  facilitar o desprendimento da cabeça do bebê, para proteger os genitais  maternos de uma rotura e a bexiga e o útero de problemas posteriores,  como quedas, prolapsos e alterações urinárias. Se a mãe estiver  anestesiada [raquianestesia ou peridural], não sentirá a incisão; caso  contrário, a anestesia devera ser local.                                                                                                                 
                        Após a expulsão da cabeça do bebê, as outras partes de seu corpo  se desprendem facilmente. A ligadura só é feita quando o cordão  umbilical pára de apresentar batimentos. 
                         Depois do nascimento, o bebê vai então para as mãos do pediatra  e o obstetra, que aspiram as secreções do parto presentes no nariz e na  boca, cuidam do cordão umbilical e procedem aos primeiros exames no  recém-nascido.  
                         A placenta se desprende naturalmente de cinco a quinze minutos  após o nascimento do bebê - se demorar mais, será necessária a  intervenção do obstetra, que vai deslocar a placenta manualmente. A mãe  então terá o descanso merecido após a averiguação de que tudo está sob  controle: pressão arterial, sangramento, útero contraído, entre outros  procedimentos. No  parto normal, se o bebê nasce bem e chorando com facilidade, o obstetra  e o pediatra permitem que ele seja colocado sobre a mãe - mas envolto  em um lençol cirúrgico para não perder calor-, e sempre levam em conta o  momento mágico para a mãe e a segurança do bebê. 
                    
 
 Anestesia no parto               
 Tanto na anestesia raquidiana como na anestesia peridual, a  mãe permanece acordada e participa de todo o processo de parto. O  procedimento da anestesia exige a consideração de alguns princípios: - a opção deve ser da paciente;  - a anestesia não atrapalha a evolução do  parto, ao contrário, ajuda-a:  -  a anestesia (raquidiana ou peridual) não passa pela barreira  placentária, logo não passa para o bebê;  - a anestesia não vai deixar a paciente  sonolenta. A parturiente vai poder participar do parto fazendo força na  fase de expulsão e ajudando seu bebê a nascer; - não é necessário fazer teste de alergia  para esta anestesia, pois é a mesma substância utilizada em anestesia  local. Se a mulher nunca teve problemas com xilocaína ou marcaína,  usadas pelos dentistas, também não terá na hora do parto.                                                                                                                      
                       O  limiar da dor é muito variável de pessoa para pessoa. Na fase inicial do  parto, as dores são suportáveis e passam a ser toleradas com algumas  manobras, como andar pelo quarto, ficar agachada, massagens nas costas,  respiração, relaxamento. As dores do parto ficam mais intensas em geral  no nível de 5  a 6 cm de  dilatação, ou quando a bolsa se rompe: neste momento existe a opção  pela anestesia. 
                   
 
                          Menstruação pós-parto       
             
 
                             Atenção! Uma mulher que está amamentando pode engravidar a  partir da oitava semana do parto, mesmo que não menstrue. 
                         Muitas  vezes a mulher que está amamentando não menstrua, o que não quer dizer  que ela não ovule. Do nascimento até a oitava semana de vida do bebê, os  níveis da prolactina da mãe - hormônio da amamentação -são altos e  fazem com que não haja ovulação. Depois de oito semanas, ainda que tenha  uma amamentação plena,a mulher pode ovular mesmo não menstruando. 
                             Logo  após o parto, a mulher tem um sangramento que pode se manter até por  quarenta dias, ou mais,variando no caso de parto normal ou cesariana.  Somente após a terceira menstruação regular é que se pode dizer que a  mulher está menstruando no período de amamentação. 
 
 
                    Amamentação                   
                     Incentiva-se o aleitamento  materno porque há um entendimento geral de que o leite materno é o  melhor alimento para o bebê nos seis primeiros meses de vida. 
                    Existem  algumas linhas de pediatras que defendem a amamentação por mais tempo,  até um ano de idade. Deve-se  ter presente que o leite materno só desce de 48 a 72 horas depois do parto. O  processo é assim: nasce o bebê; sai a placenta; o estrógeno, que esteve  alto durante toda a gravidez, cai; e a prolactina, responsável pela  produção de leite, aumenta. É fácil perceber a descida do leite, pois o  peito fica quente, ocorre um tipo de febre, de inchaço. Se após 72 horas  ainda não houver leite, a mãe deve tomar medicamentos para aumentar sua  produção. É importante a mulher não ficar ansiosa, não ficar  angustiada, e, se o bebê estiver no berçário, deve-se pedir para que  seja chamada quando ele chorar.  A introdução de berçário nas maternidades  acabou criando normas de horário e, muitas vezes, o bebê não quer mamar  exatamente na hora em que é levado para a mãe. Nas primeiras 24 ou 48  horas, ele ainda não criou seu ritmo. Assim, o bebê vai para o quarto e,  não estando com muita fome, não mama; vai para o berçário e chora.  Muitas vezes a mulher não suporta o fato de  não poder amamentar, esquece que, como opção, existem mamadeiras. E as  crianças se adaptam a elas tranqüilamente. Não está por trás disto uma  postura “pró-mamadeira”. Mas é preciso alertar a mulher de que ela não é  um peito. A sua integridade, a sua personalidade, a sua identidade têm  de ser mantidas não á custa de um sacrifício. Tudo deve ser feito com  muito carinho, com muito amor e naturalmente.  É importante forçar a amamentação, sabendo  que é o melhor para o bebê e que há todas as chances para dar certo.  Mas, se a mãe não conseguir, independentemente das razões particulares,  não será a primeira nem a última mulher que vai deixar de amamentar. A  criança precisa de uma mãe, não só do peito da mãe. 
                                    
 
                         DEPRESSÃO  PÓS-PARTO
                                                   
 
                                         Algumas  mulheres têm depressões mais fortes, mas, de maneira geral, a maioria  passa por leves depressões após o parto.                   
                                        As  causas da depressão pós-parto ainda não são totalmente conhecidas.  Fatores relacionados com a história pessoal ( mulheres naturalmente mais  depressivas ) tendem a acentuar esse estado, bem como o fato de a  gravidez ter sido desejada ou não pela mãe. O papel do companheiro  durante a gravidez também é decisivo: o pai participou do pré-natal, dos  enjôos, das angústias, dos temores da mãe, ou foi absolutamente  ausente? 
                              Outro fator  importante que pode levar a mãe à depressão é o próprio parto: se foi  difícil, traumático, doloroso, se culminou com uma cesariana quando  havia toda uma expectativa para o parto normal. A gestante que se  prepara - faz exercícios, ioga, natação, cursos, pré-natal - e acaba  fazendo inesperadamente uma cesariana pode se sentir frustada e se  perguntar: “Para que fiz tudo isso?”. Ela não percebe que a preparação  foi muito importante naquela fase da gravidez: ela passou bem toda a  gestação, exercitou a musculatura, enfim, se preparou para o parto.  
                            As pequenas  depressões normalmente são contornadas nas conversas com os familiares,  eliminando os fatores que desencadeiam o cansaço físico da mulher,  reformulando a questão da amamentação, garantindo o período de descanso  merecido da mulher e a participação efetiva do companheiro. A mãe  precisa sentir que não está só que muitas outras mulheres passaram por  isso e se saíram bem. Algumas  vezes, a mulher não está preparada para a profunda transformação que  ocorre em seu corpo durante a gravidez e depois do parto. Mamas,  barriga, excesso de peso, estrias, varizes…, Só a hipótese destas  mudanças físicas já pode deprimir a mulher: ela talvez se sinta menos  atraente, deformada; talvez prefira ficar dentro de casa, longe dos  amigos, participando pouco do mundo exterior.                                                                                             .                   
                               Hoje, a  tendência mundial é considerar a depressão pós-parto uma questão  orgânica, pois infelizmente há ainda muito preconceito quando se fala em  sentimentos. Algumas mulheres têm inclusive vergonha de encarar tal  situação e só começam a tocar no assunto numa fase muito intensa da  depressão, quando já é preciso lançar mão de recursos medicamentosos. Por tudo isso, é muito importante que a  gestante saiba que poderá passar pela depressão pós-parto. Ela, o  companheiro e a família devem estar abertos ao diálogo, para esse  período depressivo seja o mais breve possível. 
                              Se necessário, podem ser  usados antidepressivos, tais como fluoxetina, paroxetina ou sertralina,  para melhorar esse periodo de depressão puerperal.